UM TÍTERE DE SI MESMO: a imagem como interface dos jogos estabelecidos em uma Criação Sistêmica

Espaço de reflexão do mestrado em artes cênicas (UFRGS). A pesquisa tem por proposta central investigar de que forma as imagens virtuais podem agenciar processos criativos no campo teatral. Para tanto, elaborei uma metodologia onde a noção de “Criação Sistêmica” articula um jogo dinâmico de trocas de materiais criativos para a cena, através dos sujeitos participantes da pesquisa. O resultado cênico foi partilhado através do experimento prático “Um Títere de Si Mesmo”, onde imagens virtuais serviram de fonte de provocação e desestabilização entre os artistas envolvidos. Em memorial reflexivo, relato a caminhada e as inúmeras transformações habitadas pelas imagens: o texto, o corpo, o vídeo, a música, e a representação. Foram empregados materiais disponibilizados pela Internet e equipamentos como câmeras e projetores para construções virtuais sobre a cena. Em termos poéticos, a experimentação reflete a hibridação do ator com as mídias audiovisuais, observando princípios do teatro e da performance. Bolsa CAPES.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

René Magritte - La Victoire



Descrição da  imagem:

No centro da imagem uma nuvem entrando pela porta. Ou saindo. Mas como uma nuvem pode passar por portas? Se a porta for azul na parte superior e amarela na parte inferior ela tem todo o direito. Até porque essa porta não nos leva para o interior ou exterior. Ela é uma mera pasagem para nuvens. De madeira a porta. Ela se mistura com o amarelo da areia e com o azul do céu e do mar. A porta está em primeiro plano. Em segundo plano, cobrindo toda a imagem um lago ou rio com o horizonte dividindo céu e terra. Não seria nada demais se a porta não fosse contaminada pelas cores do céu, da água e com o amarelo da terra. E tem a nuvem que não deveria estar em primeiro plano , entrando pela porta, mas deveria estar compondo com o azul do céu ao fundo. Pra onde essa nuvem vai é um desafio para os sentidos,  Afronta a lógica ou um  equívoco de quem compôs a imagem? Se não for o mar e o céu azul ao fundo pode ser uma parede azul. Nesse caso, passaria para o primeiro plano e justificaria a existência da porta. Se bem que, nesse contexto se poderia atravessar paredes, mas vc cairia no lago. A não ser que essa porta te leve para outra dimensão, outros espaços. O fato é; nunca convide uma nuvem para jantar na sua casa. Ela pode exigir que os cômodos virem céu azul e vc pode sumir dentro de uma imagem. Ficar refém do lado de dentro de um espelho sem nexo. Se a porta fosse fechada de sopetão seccionaria a nuvem e a  porta sumiria. Se transformaria em ceu e lago. Perderia o sentido, mas ganharia outros...


Duplo escolhido pelo Léo Remor(a partir da narrativa):



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