UM TÍTERE DE SI MESMO: a imagem como interface dos jogos estabelecidos em uma Criação Sistêmica

Espaço de reflexão do mestrado em artes cênicas (UFRGS). A pesquisa tem por proposta central investigar de que forma as imagens virtuais podem agenciar processos criativos no campo teatral. Para tanto, elaborei uma metodologia onde a noção de “Criação Sistêmica” articula um jogo dinâmico de trocas de materiais criativos para a cena, através dos sujeitos participantes da pesquisa. O resultado cênico foi partilhado através do experimento prático “Um Títere de Si Mesmo”, onde imagens virtuais serviram de fonte de provocação e desestabilização entre os artistas envolvidos. Em memorial reflexivo, relato a caminhada e as inúmeras transformações habitadas pelas imagens: o texto, o corpo, o vídeo, a música, e a representação. Foram empregados materiais disponibilizados pela Internet e equipamentos como câmeras e projetores para construções virtuais sobre a cena. Em termos poéticos, a experimentação reflete a hibridação do ator com as mídias audiovisuais, observando princípios do teatro e da performance. Bolsa CAPES.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Segunda fase da Qualificação (13. 9. 2012) DAD/UFRGS



Banca: Professoras Mirna Spritzer,  Suzi Weber e a telepresença da professora Tânia Alice (UNIRIO).

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PARTICIPANTES DA PESQUISA





Leonardo Remor nasceu no ano de 1987, na cidade de Estação, perto de Getúlio Vargas. Mudou-se ainda pequeno para Ipiranga do Sul e, aos dezessete anos, veio morar em Porto Alegre para estudar cinema. É bacharel em comunicação social, com habilitação em Realização Audiovisual pela UNISINOS(2008), e especialização em Direção de Arte e Animação. Seu filme “Sobre Um Dia Qualquer” (2009), que mistura a linguagem do cinema com a animação, ganhou diversos prêmios no 37º Festival de Gramado entre outros festivais. Seu novo filme, “Sempre Partir” tem data de estreia para o primeiro semestre de 2013, e contempla a linguagem do documentário e da ficção, revelando o gosto pessoal do artista pelo experimento e mistura das linguagens cinematográficas.

            Atua também como fotógrafo, tendo participado de duas exposições fotográficas individuais na cidade de Porto Alegre; “Tempo Morto” (2011), na Galeria La Photo, e  “Longe Daqui”, (2012), na Usina do Gasômetro. Apesar das exposições, o artista não se considera fotógrafo, já que se verdadeiro interesse recai nas pesquisas de superfícies de impressão fotográficos. Segundo o artista em depoimento1:

Sou formado em cinema é isso que eu sou apaixonado. Eu busco fazer os meus filmes e escrevê-los também. Mas como essa carreira é bastante demorada, eu faço outras coisas que eu gosto, como fotografia, embora eu não seja fotógrafo. Eu uso a foto como forma de um registro rápido, instantâneo. Faço fotos normalmente analógicas, com pouco tratamento de pós-produção. Nas exposições que fiz, sempre houve a tentativa de levar a fotografia para outros suportes, como um mural de azulejos ou então uma foto instalada com água e conta gotas. Eu gosto de pensar em outros formatos mais do que o ato fotográfico em si. Nessa minha última exposição tinha uma  mesa com coisas pessoais que eu fui recolhendo durante o tempo em que eu ia fazendo as fotos.(REMOR 2013).



Se aproximou do teatro através da criação e projeção dos vídeos para a peça “Alice”, da Cia Espaço em Branco, se apresentando em Porto Alegre (2009 -2010), e em São Paulo, no Teat(r)o Oficina, em outubro e novembro de 2010. Atualmente, desenvolve a criação dos vídeos para o espetáculo Miragem2, contemplado pelo FUMPROARTE/2012. Nas artes da cena, se interessa pelo caráter do acontecimento presente e presencial, com suas imprevisibilidades e acasos:
É do teatro, por isso eu gosto de fazer essas colaborações, tem espaço para o erro que vira acerto, que tu vais incorporando. Isso não tem quando estás fazendo um filme, ou tem muito pouco, porque ele é todo calculado. São escolhas que vão ficando congeladas. No palco tudo pode acontecer. Essa sensação é muito boa, é diferente de quando um filme vai ser exibido, ele está ali,  igual, a não ser que dê algum problema na projeção. No teatro não, é tudo mais intenso.(REMOR 2013).





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1 A conversa com o artista foi transcrita e pode ser visualisada na íntegra em postagem posterior.

2 O espetáculo de artes integradas “Miragem”, sob minha direção, tem vídeos do Leonardo Remor, músicas de Felipe Gue, entre outros participantes.



Felipe Gue Martini nasceu em Esteio, no ano de 1980. Em 2003 foi para Porto Alegre e, em 2008 mudou-se para Caxias do Sul, onde  atualmente reside e trabalha. É músico, canta e toca instrumentos de corda como guitarra, contrabaixo e principalmente violão. Também utiliza instrumentos de percussão dos mais variados: bateria, bongô, tumbadora, conga entre outros. O artista acentua em depoimento virtual para este memorial que cria suas composições de forma instintiva, e sua formação de musicista se deu fora do âmbito da universidade1:
Sou uma alma musical livre, criatividade é minha forma pura, já que fui pouco institucionalizado musicalmente, tenho a criação musical como algo plenamente lúdico, prazeroso, como uma possibilidade de leitura inconsciente de minhas entranhas.(MARTINI 2012).

É a segunda parceria artística que o artista estabeleceu com o mestrando, tendo criado a trilha sonora para o espetáculo “Vão”, gerado dentro desta universidade. Outro aspecto a ser ressaltado na prática do artista é o olhar peculiar de músico, que tem sua sensibilidade voltada para os estímulos que lhe chegam ao ouvido.Dessa maneira, Felipe se aproximou do teatro:

Sou apaixonado por teatro, entre outro motivos, porque ele já é musicalidade, ritmo, sonoridade, ruído. Agora, a sensação de interferir nesse processo dramático, comunicativo(que já é musical), compondo trilhas, é muito gratificante e diferente. Porque o ator parece ampliar as noções e sensações musicais que evocamos na composição, ele torna as nuances mais nítidas, aguça os sentidos através do seu corpo[...] assistir uma peça após ser o realizador da trilha é quase como assistir a minha própria apresentação ao vivo amplificada, revivida, ressignificada em outras subjetividades. Muito intenso.(MARTINI 2012).

         Felipe tem graduação em Jornalismo e mestrado em Comunicação pela UNISINOS/RS. É Especialista em Projeto Sociais e Culturais pela UFRGS, e professor dos cursos de bacharelado em Jornalismo e Publicidade/ Propaganda – Faculdade América Latina. Realizou a trilha sonora dos curtas – “Gigante de Ferro: A ferrovia do trigo”, dirigido por Matheus Butzke Picolli – RBS TV e “Inevitável Mundo Novo”,  dirigido por Boca Migotto. Produziu, interpretou e compôs os temas e arranjos do álbum: “No Descompasso do Transe Retalhos do Meu Silêncio, disco lançado em 2004 pela gravadora Amplitude Discos. 
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1 Os depoimentos aqui citados se deram em forma de questionário respondido pelo artista através de e-mails. As perguntas e respostas na íntegra podem ser visualizadas nos anexos.